sexta-feira, 16 de março de 2012


A Construção da Penitenciária do Estado

Há pouco mais de cem anos, um ato solene marcava o início da construção da Penitenciária do Estado de S.Paulo. Em 13 de maio de 1911, a primeira pedra do Complexo Penitenciário do Carandiru era colocada.
O Estado noticiou o evento. Nas suas páginas, publicou a planta da moderna penitenciária, na sua matéria exaltou o “progresso social” que esta representava.

Na virada do século, São Paulo vivia um período de desenvolvimento econômico , que se beneficiava e estimulava o crescimento populacional da região.
Um maior índice populacional significou aumento na criminalidade. A falta de estabelecimentos prisionais adequados às necessidades do Estado era um problema.
As prisões existentes revelavam-se insuficientes e inadequadas para a crescente população carcerária. Em 1905, medidas foram tomadas, foi aprovada a Lei nº 267-A ,de 24 de novembro, autorizando a construção de uma nova Penitenciária.
Distante do centro urbano da cidade e com baixos valores imobiliários, o bairro do Carandiru, na região norte da cidade, foi escolhido para abrigar o novo estabelecimento prisional.
Francisco de Paula Ramos de Azevedo foi o engenheiro-arquiteto responsável pela obra, que tinha como modelo a arquitetura prisional francesa.
A inovação não fica apenas por conta da arquitetura, a política carcerária também era nova.
Construído para ser um estabelecimento prisional modelo, a Penitenciária do Estado simbolizava a vanguarda no tratamento carcerário. Como explica a matéria do Estado, a nova prisão passava a ter um “caracter de casa correccional e regeneratoria, com officinas próprias, de forma que o encarcerado possa ser acompanhado e educado até a sua rehabilitação moral.”
A crença na reabilitação dos infratores por meio do trabalho foi um marco, representou uma nova visão de jurisprudência.
A nova Penitenciária não só suprimia o déficit de estabelecimentos prisionais de São Paulo, como também atendia à nova lógica da Justiça no país “a punição conjuntamente a correcção e regeneração do homem criminoso, houve que construir uma nova morada; a nova lei reclamou um novo templo.”
Nove anos depois, em 21/04/1920, a penitenciária foi inaugurada pelo então governador Altino Arantes.

O Estado de S.Paulo, 21/04/1920
 
O Estado de S.Paulo, 21/04/1920
Link de Pesquisa: http://blogs.estadao.com.br/cem-anos-atras/?s=penitenciaria&submit=OK

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