A Construção da Penitenciária do Estado
Há pouco mais de
cem anos, um ato solene marcava o início da construção da Penitenciária do
Estado de S.Paulo. Em 13 de maio de 1911, a primeira pedra do Complexo
Penitenciário do Carandiru era colocada.
O
Estado noticiou o evento. Nas suas páginas, publicou a planta da moderna
penitenciária, na sua matéria exaltou o “progresso social” que esta
representava.
Na
virada do século, São Paulo vivia um período de desenvolvimento econômico , que
se beneficiava e estimulava o crescimento populacional da região.
Um
maior índice populacional significou aumento na criminalidade. A falta de
estabelecimentos prisionais adequados às necessidades do Estado era um
problema.
As
prisões existentes revelavam-se insuficientes e inadequadas para a crescente
população carcerária. Em 1905, medidas foram tomadas, foi aprovada a Lei nº
267-A ,de 24 de novembro, autorizando a construção de uma nova Penitenciária.
Distante
do centro urbano da cidade e com baixos valores imobiliários, o bairro do
Carandiru, na região norte da cidade, foi escolhido para abrigar o novo
estabelecimento prisional.
Francisco
de Paula Ramos de Azevedo foi o engenheiro-arquiteto responsável pela obra, que
tinha como modelo a arquitetura prisional francesa.
A
inovação não fica apenas por conta da arquitetura, a política carcerária também
era nova.
Construído
para ser um estabelecimento prisional modelo, a Penitenciária do Estado
simbolizava a vanguarda no tratamento carcerário. Como explica a matéria do
Estado, a nova prisão passava a ter um “caracter de casa correccional e
regeneratoria, com officinas próprias, de forma que o encarcerado possa ser
acompanhado e educado até a sua rehabilitação moral.”
A
crença na reabilitação dos infratores por meio do trabalho foi um marco,
representou uma nova visão de jurisprudência.
A
nova Penitenciária não só suprimia o déficit de estabelecimentos prisionais de
São Paulo, como também atendia à nova lógica da Justiça no país “a punição
conjuntamente a correcção e regeneração do homem criminoso, houve que construir
uma nova morada; a nova lei reclamou um novo templo.”
Nove
anos depois, em 21/04/1920, a penitenciária foi inaugurada pelo então governador Altino Arantes.
O
Estado de S.Paulo, 21/04/1920
O
Estado de S.Paulo, 21/04/1920
Link de
Pesquisa: http://blogs.estadao.com.br/cem-anos-atras/?s=penitenciaria&submit=OK
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